
sábado, 21 de março de 2009
I
Que monstruoso,
Dorme em profundo
Sono
Nesta sacrossanta mata?
Que ventre te pariu
Ó Monstrengo?
A Mãe-Terra, Mátria-Natura?
Ou terá sido Vénus, a Mãe-Natura?
Será Pátria de ti, Venusiano?
Teu Pai, Deus, Irmão divino
E Pai da Antiguidade
Donde a Força do fogo,
Nasceu em ti, filho de Baal.
II
Na noite obscura do sonho
Cai oblíqua chuva
Estrelada, em dia enamorado,
Dia apaixonado
D´um amor imortal,
Platónico,
Divino,
Onde mitologicamente
É atingida pela
Frecha d´um arqueiro,
D´um caçador de sonho
De seu nome
Cupi(a)do.
III
Somente dois caminhos,
Uma dualidade constante
Ensombrada pela
Vitória ou derrota,
Pelo crer
Em grande ou
Pequenino,
Pela escada ou
Pela montanha, íngreme e
Escarpada?
Pelo sonho ou pela vida,
Mortal, monótona, mórbida?
Pelo ventre parido ou
Pelo ar nascido?
Na mata da vida escolho,
A morte ou a vida?
IV - A Escolha
Dois caminhos,
Duas viagens,
Aos Céus e Infernos
Da vida.
À morte renascida,
À vida perdida,
Nascida e colhida
Ao pólen que fecunda
De sonho as
Asas d´um anjo
Abelha que operas,
Labutas ardentemente
No renascimento da
Vida,
Dois caminhos,
A vida,
O sonho,
Duas escolhas,
O claro,
O escuro,
Um caminhante,
O Pobre Tolo.
VI
VII - Panteão dos Deuses

No Panteão dos Deuses
Lusos,
Vive no cimo Lug,
O Deus vivo,
Renascendo do Mundo
O lugar sagrado
Do mito,
Da herança atlântica,
Para além do
Mar,
Para além do sonho,
Mar tranquilo e desperto
Que alcança o mundo.
Na companhia misteriosa
De dois seres,
Parados e desconhecidos,
Vive a casualidade
A sombra reflectida do sol,
A fonte da vida,
Ergue-se entre nós o sorriso,
E do sorriso o riso,
E do riso o amor,
Amor ao natural, imortal,
Intemporal, que habita em
Nós, míseros mortais,
De imortal alma,
A calma reina em nós e sobrevive
No cume do amor,
No ápice vegetativo
Que a vida não-animal
Nos dá.
O mineral transmuta-se,
O mortal renasce
Na vida,
No amor,
Na eterna melodia.